HAITI, 12 DE JANEIRO DE 2010

Um terremoto atinge o país sob ocupação militar liderada pelo Brasil desde 2004. Mais de 300 mil pessoas morreram na catástrofe. A ocupação, com a participação de 13 mil soldados brasileiros e gastos de um bilhão de reais, não contribuiu para diminuir a tragédia humanitária. Além do papel de garantir interesses das potências, o Estado brasileiro faz ações experimentais de contra-insurreição em favelas. Segundo um comandante, “um dos principais ganhos de nossas tropas é o treinamento para atuar em solo brasileiro. O Haiti está sendo para nós um laboratório.’” Lá e cá, as mesmas violações – torturas, execuções, estupros, quase sempre impunes. Dentre os mortos, estava Zilda Arns, irmã de Dom Paulo Evaristo Arns e fundadora da Pastoral da Criança e da Pastoral da Pessoa Idosa.

“Andando pela cidade – Ontem e hoje pude sair pela cidade de Port-au-Prince. O que eu vi foi uma população abandonada tentando se virar na medida do possível. […] Não vi nenhum carro da MINUSTAH nem ajuda internacional. […] Porque os 1300 soldados brasileiros não saíram na rua pra ajudar a população até agora? 48 horas depois do desastre eu fico com a impressão de que a MINUSTAH só está preocupada com o pessoal da ONU, e nunca esteve no Haiti para ajudar o povo haitiano.” Daniel F. Q. Santos, pesquisador da Unicamp.

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