Manuel Fiel Filho é assassinado sob tortura por agentes do DOI-CODI três meses após o assassinato do jornalista Vladimir Herzog. O operário havia sido preso no dia anterior, acusado de ter recebido exemplares de um jornal de orientação comunista.
Foi nomeado para o Inquérito Policial-Militar o coronel Murilo Alexander, responsável por dissimular mortes sob tortura e autor de diversos atentados terroristas em 1968. Concluiu-se, contra todas as evidências, que o operário cometeu suicídio, enforcando-se com suas meias. A farsa, porém, era tão evidente que o ditador Ernesto Geisel foi levado a demitir o comandante do II Exército, abrindo uma crise interna no regime. A esposa nunca teve dúvidas do assassinato, desde a noite de 17 de janeiro, quando um desconhecido foi à sua casa, jogou um saco de lixo azul em sua direção e falou secamente “O Manuel suicidou-se, aqui estão suas roupas”. Tereza respondeu aos gritos “Vocês o mataram! Vocês o mataram!” Os médicos legistas responsáveis pelo laudo de auto-enforcamento, foram José Antonio de Mello e José Henrique da Fonseca. Seu corpo apresentava claros sinais de tortura e só foi entregue aos familiares mediante compromisso de realizar rapidamente seu enterro.