A Revista Veja, propriedade da família Civita e do grupo Naspers, ligado ao Apartheid na África do Sul, veicula a reportagem “A solução é derrubar”. Nela, defende abertamente o higienismo social no centro de São Paulo e faz ataques pessoais ao padre Júlio Lancelotti, da Pastoral da Rua. Legitimava-se de antemão a ação violenta e arbitrária na cracolândia e arredores naquele ano. Trata-se apenas de um caso, numa extensa série de violências cometidas pela revista.
Para ficar em alguns casos emblemáticos, desde então Veja atacou os povos indígenas, falsificando declarações de um antropólogo e incluindo subtítulos racistas como “os novos canibais” e “macumbeiros de cocar”; já incitou o ódio ao eleitorado pobre e nordestino nas eleições de 2010; já atacou as comunidades acadêmicas da UnB e da USP, bem como manteve sua antiga cruzada de ódio contra os movimentos sociais. Ocorre que cada um desses discursos foi acompanhado pela violência física. Há tanto sangue nas mãos dos Civita quanto nas daqueles que executam suas sentenças de ódio, matando e ferindo moradores de rua, indígenas, nordestinos e manifestantes do movimento estudantil e dos diversos movimentos sociais. E não é pouco sangue.