Somos um coletivo que se propõe a produzir conteúdos que questionem os sentidos construídos por mídias conservadoras e por Estados fundados na violência. A palavra baderna, hoje mobilizada para criminalizar quem luta, tem uma história que ilustra bem a importância dessa disputa para os poderes constituídos (e para os que resistem a eles). Ela deriva do nome de Maria Baderna, uma bailarina italiana, filha de um militante exilado no Rio de Janeiro do século XIX. A jovem, que atraía grandes públicos a seus espetáculos, passou a escandalizar a sociedade escravista brasileira ao aprender e difundir as danças africanas e afro-brasileiras perseguidas pelas autoridades, como o Lundu e a Umbigada. Em meio às acusações de que ela estaria “corrompendo” a juventude (branca) brasileira, aqueles que defendiam seu espírito transgressor passaram a ser chamados de “baderneiros”. A denominação se generalizou com o tempo e passou a designar todas as pessoas que afrontam os valores dominantes.
De símbolo de combate à opressão, Baderna se tornou apenas sinônimo de “bagunça”, de “desordem” e de expressões semelhantes, muitas delas tipificadas nos códigos criminais desde então. Uma vez mais, a luta popular foi reduzida a crime.
Retomando o sentido de enfrentamento à opressão que está na origem da palavra, somos propagadores da Baderna através das mídias hoje disponíveis – em especial as redes sociais. Estamos nos organizando a partir da experiência viva da tomada das ruas em diversas cidades do Brasil em 2013. Uma experiência que nos ensina a cada dia a importância da expropriação dos sentidos que o Estado e o capital roubam aos movimentos populares.
Nossa tarefa, desde então, é questionar cada tentativa do opressor de se apropriar das ações, palavra e gestos d@s oprimid@s – seja através do espetáculo midiático, seja pela redução das lutas à fria letra das leis criminais.
“Ela é dos cantos, das batucadas
É o povo unido quem a detém
É das bandeiras, das barricadas
Ela é de tod@s porque é de ninguém
Não é dos chefes, nem dos patrões
Não é uma posse, não é um bem
Nem dos Estados, nem das nações
Ela é de tod@s porque é de ninguém”
Baderna Midiática, Hino à Rua, 2013.
Reverencio-me à Maria Baderna porquanto nenhum direito que hoje, como mulher, ostento, devo às boas moças de seu tempo. Queria tanto, baderneiros, que os poderes frequentassem a filosofia ou deixassem-na frequentá-los seja a providência amparadora da razão que se quer realizada no percurso histórico. O poder é uma força a serviço da liberdade. A liberdade não é só livre arbítrio e isto eles precisavam entender. Eles estão sob o jugo da mesma lei que nos submete e que respeitada permite uma coexistência igualmente livre. O homem é um ente dicotômico: animal racional. Cansamo-nos, a esta altura, de providenciar a satisfação do bicho-homem em detrimento do ser humano, oferecendo-nos a sua fagia. Assomando a angústia política pela efetividade dos direitos humanos, a presença do Papa Francisco que outra coisa não pediu, senão que, independentemente da moralidade religiosa de cada um, fizéssemos uns pelos outros. Ser humano é uma demanda da razão. Vinde e sentai-vos por vinte centavos, escrevi a propósito do sussurro que se adensou clamor por que havia muito mais a se pleitear. E o homem ainda diz de si que imagem e semelhança de Deus. Portanto, a essência humana alienada tem de se cumprir reversa e racionalmente por uma questão de coerência e responsabilidade. “Frater” não é irmão, mas todo membro da espécie humana. Espécie humana? Sim, o propósito refoge à natureza e cobra de nós uma intervenção gravosa. A sinonímia possível em nossa língua é a referência dicionarizada do momento. Mas, o vocábulo diz mais. Há os que são muito mais humanos, embora não mais homens. Parabéns a vocês que se organizam e enfrentam o status quo que insiste em se por de forma tão autocrática e irracional. Contem comigo no que precisarem. Reverencialmente e “Inêstase” com vocês,
Inês
Baderna é a nossa cara e de quem não vai com a cara de Mané!!!
Na luta…
Estou aqui para conhecr minha istoria,chega de mentiras e de ser manipulado
num país onde choca mais um carro de 800 mil quebrado do que crianças morrendo de fome, se prostituindo para ter o que comer ou trabalhando em condições desumanas. Onde a desigualdade social é um fato cotidiano e invisível, a mídia faz um grande estardalhaço por uma multinacional que explora mão de obra barta em nosso país, é isenta de impostos, debocha da nossa cara, arremessa banana pra gente, vem TRANSAR com nossas CRIANÇAS num país onde pode tudo, COCAÍNA da boa para quem tem dinheiro…Ah…o ccapitalismo, o livre mercado… como ele é bom para os que vieram agraciados pela roda da fortuna.
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Daniela Lima Enquanto nós, filhos do operariado, temos que nos contentar com as migalhas da burguesia, o pão que resta do dia anterior, da roupa que a filha da patroa já não gosta mais, do enpurra-empurra do ônibus, do assédio do patrão.Da fila do SUS. De ser mal tratado no INSS. Nossos filhos em escolas que não tem portas no banheiros,que ficam 3 meses de greve pq o governador não paga o que é devido aos professores pq o PSBD desviou o dinheiro… Povo na rua a hora é agora, fora o capital.
Estamos construindo uma civilização justa , livre, igualitária e fraterna em harmonia com a terra e todos seus povos . A LUTA É de TODOS NÓS! Também somos “baderneiros”. Sil na Rede diz.